PC gamers de alto desempenho estão tendo a compra barrada em seis dos 51 estados dos EUA por conta de novas políticas regulatórias referentes ao consumo de energia. Modelos como o Aurora 12, da Alienware, marca da Dell focada no público gamer, mostram um aviso na hora da compra avisando aos consumidores que não podem enviar produtos fora dos padrões máximos estabelecidos.
As novas medidas passaram a vigorar em 1º de julho em estados como Califórnia, Colorado, Oregon, Washington e Vermont. Vale ressaltar que a classificação se dá a partir de uma pontuação que determina se o PC tem ou não um consumo elevado em estado de repouso, ou seja, quando está ligado, mas não em uso — e não tem a ver com a alta performance em si.
As lojas virtuais de marcas e mesmo marketplaces como a Amazon, avisam os compradores desses locais que não podem enviar produtos que não estejam em conformidade com os padrões máximos de consumo impostos pelas novas regulamentações.
De acordo com o documento legal que instrui o público a respeito dessas restrições, a medição do que é ou não permitido se dá a partir do quão expansível é um computador. Isso vai afetar, em sua grande maioria, desktops. Há uma espécie de ranking que atribui pontuações para uma série de características, como número de portas USB a detalhes referentes a processador e placa gráfica, o que dá uma ideia do nível de performance da máquina.
Qualquer computador que seja classificado com pontuação superior a 690 nesse ranking entra em um patamar de alto nível de expansão e acaba isento das restrições: um PC poderoso da Alienware com uma RTX 3080, por exemplo, superaria a pontuação e poderia ser adquirido. Máquinas que pontuem abaixo disso não são tão expansíveis e precisam registrar um baixo nível de consumo energético quando em repouso, estipulado em não mais do que 75 kWh/ano (kilowatts-hora por ano).
O objetivo das autoridades americanas é impor limites para o consumo de energia, forçando fabricantes a desenvolverem produtos mais eficientes que, ao exigirem menos eletricidade para funcionar, acabem contribuindo para a diminuição nos índices de emissão de carbono. Esse mesmo tipo de política vem sendo aplicado de forma bem sucedida em outras indústrias — como a automotiva, por exemplo —, tanto nos Estados Unidos quanto em países da Europa e mesmo no Brasil.
As regulamentações acerca do consumo em PCs estão previstas desde 2016 e foram aprovadas pela primeira vez na Califórnia. Se agora as limitações envolvem basicamente desktops, a partir de 1º de dezembro de 2021 produtos como notebooks 2 em 1 e monitores com alta taxa de atualização também vão precisar seguir padrões de eficiência energética.
Apesar do veto parecer restringir o acesso a PCs poderosos, é preciso considerar que as restrições não afetam computadores montados individualmente, em que o consumidor compra peças avulsas e constrói o PC em casa. Para esse tipo de computador, não há limite e o usuário é livre para adquirir os componentes que desejar e criar um PC com a eficiência que for.
Com informações de Energy Code, DualShockers e PC Gamer (1 e 2)